A cardiologista Dra. Cláudia Madeira Miranda coordenou a coleta de dados do Hospital Madre Teresa, centro participante do 1o registro brasileiro de Fibrilação Atrial (FA) (“The first Brazilian cardiovascular registry of atrial fibrillation:  the RECALL study. 

O estudo prospectivo e multicêntrico contou ainda com a participação de cerca de 80 hospitais do país, com o principal objetivo de descrever as características clínicas e demográficas dos portadores de FA, os tipos de tratamento aplicados, sua evolução clínica e os desfechos cardiovasculares ao longo de 12 meses de seguimento.

“Esse estudo é de extrema relevância, uma vez que registros internacionais anteriores incluíram baixa porcentagem de latino-americanos com essa arritmia cardíaca. A FA é a arritmia cardíaca mais comum na prática clínica e sua prevalência aumenta com a idade.  A morbi-mortalidade da FA está associada ao aumento de risco de isquemia cerebral AVC), insuficiência cardíaca, distúrbios cognitivos e óbito cardiovascular, quando não identificada e não adequadamente tratada, ” explica a cardiologista. 

Dados

Durante o Congresso Europeu de Cardiologia em 2022 (26-29 agosto/22, Barcelona) foram divulgados os primeiros resultados do registro:  total de 4.544 pacientes incluídos, com média de idade de 70 anos, sendo 48% do sexo feminino e maioria com FA do tipo permanente (53.8%). No seguimento, < 50% atingiram valor alvo de anticoagulação (RNI), 17.8% foram hospitalizados devido a FA, apenas 4.4% já tinham sido submetidos à ablação da arritmia. Episódios de sangramento ocorreram naqueles que apresentaram controle inadequado do RNI. Importante lembrar que na época do estudo, o uso de anticoagulantes orais diretos (DOAC) era menor e mais difundido na prática clínica atual.

Esses dados evidenciaram os fatores importantes a serem melhorados na prática clínica como, a maior aderência ao uso de DOAC; melhor controle dos usuários de Warfarina quanto ao alvo de anticoagulação e a necessidade de maior investimento em intervenções como a terapia por ablação com o objetivo de reduzir o número de desfechos cardiovasculares adversos. 


MÉTODOS GRÁFICOS HMT

Constituído por uma equipe de 6 médicos altamente qualificados, este serviço, coordenado pela Dra. Claudia Madeira é responsável pela realização de exames não invasivos que registram graficamente o funcionamento do coração. Em sua maioria, os exames são associados ao eletrocardiograma (ECG). Nele, é possível fazer avaliação cardiológica nas diversas condições: sob estresse físico (teste ergométrico), sob monitorização contínua de 24 horas (MAPA e Holter) ou mais (Holter de 48 horas e Looper de eventos de 7 a 30 dias), sob estresse ortostático (Tilt Teste).

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