A Doença cardiovascular (DCV) é a principal causa de morbi-mortalidade nas mulheres do mundo. No Brasil o Infarto Agudo do Miocardio (IAM) representa a principal causa da mortalidade. Dados do ministério da saúde mostram que o IAM em mulheres mata três vezes mais do que o câncer de Mama.
Os fatores de risco tradicionais para DCV são as condições que aumentam o risco de surgimento das DCV e são usados para identificar os indivíduos com maior risco de desenvolver as doenças. – São divididos em MUTÁVEIS e IMUTÁVEIS. Os imutáveis são aqueles que não podemos mudar e por isso não podemos tratá-los: idade, sexo, raça e hereditariedade (tendência familiar).
A maior parte das DCV resulta de um estilo de vida inapropriado e dos FR mutáveis, isto é, aqueles que podemos mudar e são os principais:
Tabagismo, hipertensão arterial, diabetes, sedentarismo, obesidade, dislipidemias (aumento do colesterol e ou de triglicérides), estresse. A adoção de um estilo de vida saudável, muitas vezes, já é suficiente para o controle de muitos FR e se necessário o uso de medicamentos deve ser utilizado sob a orientação e acompanhamento médico.
Os fatores de risco tradicionais apresentam prevalência e peso diferente nas mulheres. Há maior prevalência de obesidade e sedentarismo, e as mulheres tabagistas e diabéticas tem risco maior em comparação com os homens. Os fatores de risco específicos do sexo: complicações na gestação: pré-eclampsia, eclampsia e DM (Diabetes Melitus) gestacional, estão associados com o aumento do risco cardiovascular assim como a menopausa e menopausa precoce. O status pós menopausa é fator de risco para DCV e nesta fase também há aumento dos fatores de risco tradicionais. As doenças reumatológicas mais prevalentes no sexo feminino também são fatores de risco cardiovascular. A depressão e outros fatores psicossociais têm papel importante na DCV da mulher e peso maior do que nos homens.
Ressalta-se também o fato das mulheres estarem sobre um estresse maior e por mais tempo, devido ao excesso das atividades, acúmulo de tarefas, ao se dividir entre o trabalho, cuidados com os filhos e afazeres domésticos. Esta dupla e a até tripla jornadas de atividades além de elevarem o estresse dificulta a prática de atividades físicas, e induz a adoção de maus hábitos alimentares, mais tabagismo e uso de álcool.
Importante também destacar que a apresentação clinica dos sintomas do infarto no sexo feminino são em muitos casos diferentes da clássica dor no peito, irradiação para as costas, pescoço e membros superiores, mais comum no sexo masculino. Nas mulheres os sintomas são mais genéricos e não típicos, portanto de diagnóstico mais difícil tais como: cansaço, fadiga, dores difusas no tórax e mandíbula.
Essa forma de apresentação clínica frequentemente retarda o reconhecimento do problema e consequentemente do início do tratamento, o que é fator essencial para se obter melhor recuperação clínica.
Há necessidade de uma maior conscientização das mulheres sobre a DCV, suas formas de apresentação clínica e prevenção, com ênfase no bom controle dos fatores de risco, tanto nas mais jovens e especialmente após a menopausa.
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